A produção de “Sagrada Terra Especulada” é do Centro de Mídia Independente (CMI), com a participação de vários coletivos, em sistema de cópia aberta – pode baixar à vontade. Mas o que torna o filme uma referência também sobre novas formas de ativismo é a forma como ele se conjuga às manifestações dos apoiadores do Santuário dos Pajes. Em vários momentos os repórteres e cinegrafistas são protagonistas do filme – ele mesmo um instrumento político.
A própria exibição da obra torna-se objeto do filme, quando ele é exibido em dois lugares significativos: por um lado, o Santuário dos Pajés, para os índios; por outro, uma exibição pública em um estacionamento; não um estacionamento qualquer, mas o do stand de vendas do Setor Noroeste.
Os manifestantes mostram uma percepção midiática inspirada nos atos do Greenpeace. Durante eventos supostamente ambientais, dos políticos pró-destruição, ativistas entram em cena com cartazes – às vezes pendurados no próprio corpo. Um deles informa: “Todas as licenças foram canceladas pelo MPF”. Tudo é documentado pelo diretor Zé Furtado. Inclusive cenas de ameaça e violência contra cinegrafistas.
O Festival Internacional de Brasília tem uma categoria especial para filmes produzidos no DF, o Prêmio Câmara Legislativa. O filme de 68 minutos chegou a ser inicialmente recusado, na edição de 2011, em outubro, por “não ser nem longa nem curta”. Uma aberração, claro, já que grandes clássicos do cinema têm essa duração. Mas acabou sendo liberado – diante da pressão - e ganhou o segundo lugar.
O filme insere-se como parte de um processo. De um movimento que continua – nas ruas e na internet, pelo site Santuário Não se Move.
Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)
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