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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Os Guarani-Kaiowá, o articulista Luiz FP e a redução das polêmicas a um produto

por ALCEU LUÍS CASTILHO (@alceucastilho)

Não adianta enviar cartas a Luiz Felipe Pondé e tentar convencê-lo em relação a alguma causa nobre. A sua causa não é nobre. E está a serviço da venda inescrupulosa de jornais. Seus textos são planejados para gerar indignação. Mais leitura para a Folha de S. Paulo. Que ganha dinheiro com a repercussão proporcionada por esse senhor. O mesmo vale para os anunciantes.

Luiz FP especializou-se em assinar artigos sem resquícios de ética. E morre de rir das reações pautadas em valores humanistas. Seu mercado é o da desumanização. Não se trata de promover polêmicas por algo nobre – mas de reduzi-las a um produto. Que se alimenta das justas exclamações, do próprio asco que suas palavras sórdidas geram na sociedade.

Chamo-o de Luiz FP para reduzi-lo ao que ele realmente é. Como uma resposta a sua suposta ironia (na verdade, um escárnio), neste dia 18 de novembro, em relação às pessoas que vêm assinando seus nomes, nas redes sociais, acompanhados do complemento Guarani Kaiowá: Ernesto Guarani-Kaiowá, Carlos Guarani-Kaiowá, Elizabeth Guarani-Kaiowá.

Luiz FP chega a dizer que quem faz isso está precisando de sexo. Entre outras barbaridades - todas calculadas. Ele tenta ridicularizar, com isso, quem busca homenagear a etnia, quem se solidariza com seres humanos oprimidos pela lógica do latifúndio e do capital. Luiz FP é indiferente, arrogante e se propõe a pairar acima de qualquer pessoa que tenha uma utopia. Considera-se pós-utopia. Mas é apenas um pré-filósofo.

Os textos abomináveis de Luiz FP não são apenas abomináveis. Eles são um produto jornalístico. Ele e seus chefes vivem desse ultraparasitismo. Luiz FP é um filho do cinismo e um promotor da desesperança – mas está se lixando para essas nossas classificações.

O que ele quer é audiência. Luiz FP, Otavio Frias Filho e cada sócio da empresa Folha da Manhã são beneficiados por essa mercadoriazinha publicada às segundas-feiras na Folha de S. Paulo. Esse texto-mercadoria escrito sempre abaixo da linha de cintura.

Não é só Luiz FP que não tem escrúpulos. E a sociedade precisa começar a enxergar que esses articulistas sem ética (e com o marketing da falta de ética) são apenas serviçais. Há pessoas e empresas acima dele que estão ganhando muito dinheiro sem precisar sujar as mãos.

Que a indignação seja dirigida às pessoas certas – as que ainda têm alguma imagem a zelar.

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