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sábado, 21 de dezembro de 2013

Ruralistas dominam ranking de congressistas “modernos” da Veja

por ALCEU LUÍS CASTILHO
(@alceucastilho)

A revista Veja desta semana traz uma lista que chama de “ranking do progresso”. A lista na edição impressa é composta por 32 senadores e 54 deputados “que mais trabalharam em 2013 por um país moderno e competitivo”. A lista traz uma infinidade de ruralistas, em muitos casos nem um pouco associados a qualquer noção condescendente de modernidade.

A lista de ruralistas começa já no primeiro lugar entre os senadores: Armando Monteiro (PTB-PE). Ele leva a nota 10. A revista dá nota 10 para o político. Seu irmão, Eduardo de Queiroz Monteiro, tem empresa que já esteve várias vezes na Lista Suja do Trabalho Escravo, a Destilaria Gameleira, renomeada para Destilaria Araguaia.

Número 2 da Veja? Senador Casildo Maldaner (PMDB-SC). Dono de 2.050 hectares em São Félix do Xingu (PA), a capital da pecuária, terra de desmatamento e de grilagem.

O quarto da lista é um dos políticos que mais têm propriedades rurais: Eunício Oliveira (PMDB-CE). Em décimo lugar, mais um ultraruralista: Romero Jucá (PMDB-RR), com interesses diretos no setor da mineração.

O ruralista pouco assumido José Sarney (PMDB-AP) aparece em 22º lugar nessa lista, com nota 6. Pouco abaixo, em 24º lugar, lá está ela: Kátia Abreu (PMDB-TO), a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com nota 5,9.

O último lugar na lista da revista impressa (a edição digital traz um ranking mais completo) também é ocupado por um ruralista, Valdir Raupp (PMDB-TO).

A lista de ruralistas entre os deputados associados pela revista à palavra “progresso” também é inesgotável. Ela começa com Onofre Agostini (PSD-SC), membro da Frente Parlamentar da Agropecuária, um ex-arenista que também ganha nota 10 da Veja.

Em oitavo lugar, com nota 8,4, aparece Leonardo Picciani (PMDB-RJ). Filho do poderoso Jorge Picciani, que já figurou na Lista Suja do trabalho escravo.

Ronaldo Caiado (DEM-GO) leva nota 7,8, em 20º lugar. A lista com dezenas de ruralistas também tem outros políticos importantes na defesa do agronegócio e dos latifúndios (indiscutivelmente dissociados de qualquer ideia de “progresso”), como Moreira Mendes (PSD-RO) e Arthur Lira (PP-AL).

A própria revista Veja, na semana passada, publicou uma “reportagem” contra os indígenas no Mato Grosso do Sul, a favor dos fazendeiros, com direito a foto de um deles portando arma, com ameaças aos indígenas.



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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Empresa de político entra na Lista Suja do trabalho escravo

por ALCEU LUÍS CASTILHO (@alceucastilho)

O Complexo Agroindustrial Pindobas entrou na Lista Suja do trabalho escravo, atualizada hoje pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A empresa pertence à família do político capixaba Camilo Cola (PMDB-ES), deputado federal na legislatura anterior, hoje suplente.

A lista é atualizada semestralmente. Dono da Viação Itapemirim, Cola declarou a empresa em 2006: 2.002.339 cotas do capital social, por R$ 2,78 milhões. Naquele ano ele também registrou a propriedade das fazendas Pindobas I, II, III e Pindobas IV, por R$ 555 mil, R$ 500 mil, R$ 50 mil e R$ 1,44 milhão.

Ele tinha uma fortuna de R$ 259 milhões. Na declaração de 2010 ele transferiu a maior parte dos bens para o filho, Camilinho. Segundo a filha Ana Maria, para prejudicá-la – o empresário tem 89 anos. Com isso, a fortuna foi reduzida 166 vezes, para R$ 1,56 milhão.

Com isso, as fazendas e as cotas na empresa sumiram do documento entregue à Justiça Eleitoral. Mas a maior parte desse valor restante é composta de créditos na própria empresa: R$ 1,2 milhão.

A fazenda Pindobas IV tem 528 alqueires. Segundo Ana Maria, ela foi subavaliada na declaração do pai – como está no capítulo “Quanto valem as terras?”, do livro Partido da Terra (Editora Contexto, 2012).

Leiam aqui notícia do ano passado sobre o flagrante, com a versão da empresa.

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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

TCU homenageia dona de empresa na lista suja do trabalho escravo

Yolanda Queiroz foi homenageada na quarta-feira, pelo Tribunal de Contas da União. Recebeu o Grande-Colar do Mérito de 2012, a condecoração mais alta oferecida pelo TCU. Entre os agraciados estavam também o ministro Carlos Ayres Britto, do STF, e o escritor Ariano Suassuna. Jorge Amado recebeu homenagem in memoriam.

Sogra do ex-governador Tasso Jereissati (PSDB), Yolanda é a presidente do Grupo Edson Queiroz – a quem pertence o Diário do Nordeste e a TV Verdes Mares. Uma empresa do grupo cearense está na Lista Suja do Trabalho Escravo, do MInistério do Trabalho e Emprego, versão 2012. É a Esperança Agropecuária e Indústria Ltda. Dezesseis pessoas foram libertadas na fazenda Entre Rios, em Maracaçumé (MA), em março de 2012.

Relato da ONG Repórter Brasil, especializada no tema, mostra que a empresa esteve também na lista de 2010, após a libertação de dez trabalhadores em uma fazenda no município de Aroazes, no Piauí. E, em 1999, pela libertação de 86 trabalhadores na mesma fazenda Entre Rios, no Maranhão.

O site do grupo descreve a Esperança Agropecuária da seguinte forma:

- Os agronegócios do Grupo Edson Queiroz aliam a tecnologia de ponta ao mais absoluto respeito à natureza. São seis fazendas de alta produtividade: cajucultura orgânica, apicultura orgânica, reflorestamento, piscicultura, seleção de bovinos e ovinos, criação de caprinos, além de frigorífico. A atividade das empresas agropecuárias é totalmente informatizada, garantindo o controle rigoroso da reprodução de bovinos e ovinos. O Grupo Edson Queiroz investe na qualidade genética dos rebanhos e gera estirpes campeãs.

Vejamos agora a situação descrita em uma das fiscalizações do Ministério do Trabalho:

- Os trabalhadores estavam em um barraco feito com tábuas de madeiras podres, coberto de telhas de barro e zinco. As condições de higiene e limpeza eram péssimas e eles dividiam espaço com os galões de agrotóxicos, armazenados próximos aos alimentos. Bebiam água retirada de um poço e na frente de trabalho do roço de juquira, quando acabava a água levada do poço, se viam obrigados, por falta de opção, a tomar água retirada de grotas e nascentes que também eram utilizadas pelo gado da fazenda.


Alceu Luís Castilho (a partir de informações do advogado Antonio Rodrigo Machado, no Twitter)

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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Políticos estão na nova Lista Suja do trabalho escravo
 
por ALCEU LUÍS CASTILHO (@alceucastilho)
 
Pelo menos dois prefeitos, um ex-prefeito e a mulher de um deputado estadual estão na nova Lista Suja do trabalho escravo, divulgada na semana passada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
 
O levantamento foi feito pelo blog a partir de cruzamento com a lista de políticos contida no livro “Partido da Terra” (Editora Contexto, 2012), no capítulo sobre trabalho escravo.
 
A mulher se chama Janete Riva. Ela chegou a ser candidata a vice-governadora do Mato Grosso, pelo PSDB, em 2002. É casada com José Riva (PP), presidente de honra da Asssembleia. Chegou a ser presa em 2010, durante a Operação Jurupari, que combatia o comércio e o transporte ilegais de madeira da Amazônia. Sua história está contada em outro capítulo do mesmo livro, “Amazônia despedaçada”.
 

Ela está na nova Lista Suja por conta de fiscalização feita na Fazenda Paineiras, em Juara (MT). A atividade ali, segundo o MTE, é a criação de gado bovino. Sete trabalhadores foram libertados. Em 2010 ela possuía mais de 7 mil hectares e 3,4 mil bovinos nessa fazenda. Segundo a ONG Repórter Brasil as vítimas pagavam pelas ferramentas de trabalho. E não eram fornecidas camas ou colchões.
 
A mesma ONG especializada em trabalho escravo informa que, em cada quatro ingressantes da Lista Suja, um é do Mato Grosso.

O município de Codó, no Maranhão, é mencionado várias vezes em denúncias de trabalho escravo envolvendo políticos. A nova Lista Suja (atualizada a cada seis meses) inclui o próprio prefeito, Zito Rolim, ou José Rolim Filho, eleito pelo PV.
 
Vinte e quatro trabalhadores foram libertados das fazendas São Raimundo e São José, em Peritoró (MA). A atividade econômica também é a criação de bovinos. O livro “Partido da Terra” informa que essas fazendas não foram informadas à Justiça Eleitoral. Ele declarou outra fazenda, de 968 hectares, em Itapecuru Mirim. Não registrou nenhuma cabeça de gado.
 
O estado com mais conflitos de terra no Brasil é o Pará. A nova Lista Suja mantém o nome de Francisco Medeiros Sobrinho. Ele está inelegível, mas já foi prefeito de Japi (eleito pelo PSDB), no Rio Grande do Norte. Mas as terras ficam em Palestina do Pará. A fiscalização do MTE libertou ali cinco trabalhadores. Que também trabalhavam com gado bovino, na fazenda Indiaçu.
 
O município de Japi é administrado por outro membro da família Medeiros – todos parentes do patriarca, o “coronel” Francisco Medeiros. Estas informações também constam do livro “Partido da Terra”.

Finalmente, a nova Lista Suja apresenta o nome de Vicente Pereira de Souza Neto, o Vicentão. O agricultor é prefeito de Toledo, em Minas Gerais. Os fiscais libertaram 21 trabalhadores da Fazenda Santana, em Vianópolis (GO).
 
Vicentão não declarou essa fazenda à Justiça Eleitoral, em 2008. Nem qualquer terra em Goiás. Somente 298 hectares em Toledo. Os trabalhadores libertados tinham saído de Colinas, no Maranhão. Na fazenda do prefeito, colhiam batatas.
 

A ONG Repórter Brasil informa o nome de mais duas pessoas ligadas ao mundo político entre os ingressantes na Lista Suja, além de Janete Riva: o engenheiro René Pompêo de Pina, ex-secretário de infra-estrutura do Estado de Goiás (e presidente do conselho da Celg Distribuição S/A), filiado ao PSDB, e o de Emanoel Gomes Bezerra Junior, sobrinho do deputado federal Carlos Bezerra (PMDB-MT).
 

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