sábado, 25 de fevereiro de 2012

Voluntárias entregam centenas de bonecas artesanais aos despejados do Pinheirinho
 
por ALCEU LUÍS CASTILHO (@alceucastilho)

Um mês depois da tragédia, as crianças despejadas da Ocupação Pinheirinho tiveram neste sábado momentos de alegria.


A pesquisadora e artesã Andréa Cordeiro viajou de Curitiba de São Paulo, e de lá para São José dos Campos, para entregar mais de cem bonecas aos desabrigados da Ocupação Pinheirinho, despejados no dia 22 de janeiro pela polícia paulista. Às bonecas dela somaram-se as de outros voluntários.

Doutoranda em educação na Universidade Federal do Paraná, ela lidera um grupo que se intitulou “Bonequeiras sem Fronteiras”. São mais de centenas de bonecas sendo confeccionadas.
 
Algumas das roupas das bonecas, como as da gaúcha Judite Martins, reproduzem casinhas. No meio da roupa, o nome “Pinheirinho”:



As artesãs se inspiraram em um projeto americano, o Dolly Donations, que faz bonecas para crianças pobres de todo o mundo. A repercussão do projeto brasileiro foi tamanha que o Dolly Donations mobilizou-se para enviar 200 bonecas para o Brasil.
 
As voluntárias fazem as bonecas artesanalmente. “Vai ter um pouquinho de risada amanhã no abrigo Vale do Sol”, escreveu Andréa, na sexta-feira, na página criada no Facebook, “Bonecas para as crianças de Pinheirinho”, seguida por 172 pessoas.

Os meninos também receberam bonecos. Ao contrário da expectativa, o interesse deles "bombou". Andréa Cordeiro conta que eles chegavam e já planejavam: "Eu pego o herói, você o monstrinho e a gente brinca". Um deles escolheu um boneco de gravatinha. Mas não ficou com ele: deu à mãe, de aniversário.


Durante a entrega, Andréa emocionou-se após cometer uma gafe. Uma menina escolhera um gatinho, que viera de uma artesã de Pelotas. Andréa explicou que o rabo do gatinho era para pendurá-lo na maçaneta da porta de casa.
 

- Quis engolir as palavras enquanto falava e pensei: que porta? Que casa? Mas a menina, de uns 10 anos, abriu um sorrisão e disse: "Vou cuidar para não sujar até eu ter um quarto com porta! E saiu correndo, feliz.

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7 comentários:

Jud disse...

Este nosso movimento de solidariedade está levando alegria a esta gente tão sofrida, mas também está nos deixando alegres!!!
Abraço e parabens pela matéria!
Judite Martins
http://jud-artes.blogspot.com

Neli Alves disse...

Feliz e muito emocionada por estar participando, venho agradecer sua atenção. As meninas artesãs são guerreiras e estão vencendo mais uma batalha contra a violência com que se tomam decisões neste país.
Um abraço amigo.

Marly Salgado disse...

Participar deste movimento solidario, nos deixa ainda mais realizadas como artesãs,mães,avós.Saber que uma criança que passou por um momento dramático,que foi serem expulsas de sua moradia,estarão abraçando uma bonequinha feita por nós é muito, muito emocionante.
Parabéns pela matéria.
http://artsritinha.blogspot.com

Angela disse...

É muito emocionante participar dessa iniciativa tão linda.
Quando faço cada boneca é como se colocasse um anjinho dentro de cada uma que irá proteger cada criança que irá recebe-la,é uma forma de amenizar um pouco esse sofrimento.
Parabéns pela matéria.
Angela Aparecida Ruocco

vivian coelho disse...

Nao tem como nao se emocionar. Cada boneca, cada montrinho (pensando sempre nesse momento para os meninos), sao crianças precisam acreditar num futuro melhor. É preciso ter esperança e acredito que brincando eles conseguem arrumar um pouco a "casinha do sonhos" imaginando através do lúdico.

Neli Alves disse...

Só agradecer!!! Abraço amigo.

Amora Doce disse...

Alceu!Fiz parte desse movimento e posso afirmar sem sombra de dúvida que a emoção começa desde o momento em que iniciamos a confecção das bonecas!E chegar neste ponto e visualizar a alegria das crianças nos deixa cheias de felicidade e com a certeza de que fazer o bem é muito melhor do que o receber!!!Valeu cada ponto e cada costura! E como valeu!