Cimi
aponta atropelamento sistemático de líderes indígenas no MS
O
secretário-adjunto do Conselho Indigenista Missionário (Cimi),
Cleber Busato, denunciou na manhã desta segunda-feira, em audiência
no Senado, o atropelamento sistemático de lideranças indígenas no
Mato Grosso do Sul.
Ele contou que morreu ontem um cacique, atropelado na semana passada, quando andava de bicicleta. Conhecido como Zezinho, ele chegou a participar da Cúpula dos Povos, no Rio de Janeiro, durante a Rio+20. Segundo o site do Cimi, era líder de uma organização guarani, do acampamento Laranjeira Nhanderu, em Rio Brilhante. Estava na UTI em Dourados (MS).
Ele contou que morreu ontem um cacique, atropelado na semana passada, quando andava de bicicleta. Conhecido como Zezinho, ele chegou a participar da Cúpula dos Povos, no Rio de Janeiro, durante a Rio+20. Segundo o site do Cimi, era líder de uma organização guarani, do acampamento Laranjeira Nhanderu, em Rio Brilhante. Estava na UTI em Dourados (MS).
Busato
também relatou a morte de três filhos de uma mesma liderança,
Damiana, guerreira Kaiowá Guarani do tekohá Apyka'i. Na semana
passada, dois desses filhos foram atropelados na rodovia que passa
pelo acampamento, em Dourados. “Um deles pelo funcionário da usina
de cana”, afirmou, na audiência da Comissão de Direitos Humanos,
transmitida pela TV Senado.
Esse
funcionário estava de moto. Segundo o secretário-adjunto do Cimi,
já teria tentado atear fogo com óleo diesel nos barracos – entre
eles o de Agnaldo, um dos filhos atropelados. Os dois filhos de
Damiana, Agnaldo Cari de Souza e Wagner Freitas, foram enterrados ao
lado do filho atropelado em 2011, Sidnei. Wagner morreu na hora, no
dia 25 de junho. O marido de Damiana, Hilário, também foi morto por
atropelamento.
Segundo
o Cimi, atropelamentos ocorrem também em outros estados. Mas o caso
mais grave é o do Mato Grosso do Sul. “Essa situação é
potencializada pela demora dos procedimentos de regularização das
terras indígenas", afirma Busato.
Egon
Heck, coordenador regional do Cimi no Mato Grosso do Sul, escreveu
ontem artigo sobre os atropelamentos, antes da morte de Zezinho. “Os
indígenas são mortos nas estradas que nem cachorro, que se mata e
fica aí jogado", escreveu, baseado em relato de indígenas.
“Isso em função da impunidade total em que ficam os responsáveis
por essas mortes. Em geral, os causadores fogem sem prestar socorro e
sequer são identificados”.
Alceu
Luís Castilho (@alceucastilho)
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