Sobre passividade e
injustiças: a atualidade do “Elogio da Dialética”, de Brecht
A passividade diante das injustiças é um tema recorrente do blog. Em que momento nos tornamos indiferentes, ou conformados?
O poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956) escreveu sobre isso em “Elogio da Dialética”. “Os caídos que se levantem! Os que estão perdidos que lutem! Quem reconhece a situação como pode calar-se?”
Há diferenças importantes nas traduções. Este vídeo narrado pelo poeta português Eduardo Roseira traz uma bela versão (que, com o sotaque, fica especialmente deliciosa):
A passividade diante das injustiças é um tema recorrente do blog. Em que momento nos tornamos indiferentes, ou conformados?
O poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956) escreveu sobre isso em “Elogio da Dialética”. “Os caídos que se levantem! Os que estão perdidos que lutem! Quem reconhece a situação como pode calar-se?”
Há diferenças importantes nas traduções. Este vídeo narrado pelo poeta português Eduardo Roseira traz uma bela versão (que, com o sotaque, fica especialmente deliciosa):
Segue
abaixo a tradução de Edmundo Moniz:
Elogio da Dialética
Bertolt Brecht
A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.
Só a força os garante. Tudo ficará como está.
Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
No mercado da exploração se diz em voz alta:
Agora acaba de começar!
E entre os oprimidos muitos dizem:
Não se realizará jamais o que queremos!
O que ainda vive não diga: jamais!
O seguro não é seguro. Como está não ficará.
Quando os dominadores falarem
falarão também os dominados.
Quem se atreve a dizer: jamais?
De quem depende a continuação desse domínio? De nós.
De quem depende a sua destruição? Igualmente de nós.
Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!
Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o “hoje” nascerá do “jamais”.
Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)
NO TWITTER:
Elogio da Dialética
Bertolt Brecht
A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.
Só a força os garante. Tudo ficará como está.
Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
No mercado da exploração se diz em voz alta:
Agora acaba de começar!
E entre os oprimidos muitos dizem:
Não se realizará jamais o que queremos!
O que ainda vive não diga: jamais!
O seguro não é seguro. Como está não ficará.
Quando os dominadores falarem
falarão também os dominados.
Quem se atreve a dizer: jamais?
De quem depende a continuação desse domínio? De nós.
De quem depende a sua destruição? Igualmente de nós.
Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!
Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o “hoje” nascerá do “jamais”.
Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)
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2 comentários:
Excelente e oportuno!
Ótima lembrança, charmosíssimo esse sotaque português! Viva o Brecht!
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