O prefeito Kassab, que
fecha saraus, vai fechar shoppings Higienópolis e Pátio Brasil?
por ALCEU LUÍS
CASTILHO (@alceucastilho)
A
manchete de hoje da Folha de S. Paulo informa que, segundo uma ex-diretora da
BGE, Daniela Gonzalez, as obras nos shoppings Higienópolis e Pátio
Brasil, em São Paulo, foram liberadas a troco de propina. Ela fala em R$ 1,6 milhão,
que teriam sido destinados ao vereador Aurélio Miguel (PR) e a
Hussain Aref Saab, ex-diretor do setor de aprovação de prédios da
prefeitura, o Aprov. A TV Folha contou em maio que Saab comprou 106 imóveis nos sete anos em que
dirigiiu o Aprov.
A
influência do ex-judoca Aurélio Miguel seria na Companhia de
Engenharia de Tráfego (CET), que teria liberado as obras do shopping
Pátio Paulista mesmo sem que elas cumprissem as exigências dó
órgão.
O
fato deve ser pensado à luz da “legalidade”, alegação comum entre
juízes e políticos a serviço dos poderosos de plantão. Ela é
invocada para questionar ocupações de sem-terra, sem-teto,
estudantes. Mas não para fechar estabelecimentos que envolvam muito
dinheiro.
A
prefeitura de Gilberto Kassab (PSD) fechou recentemente três saraus.
Três iniciativas culturais, na periferia e no centro. Sempre com o
discurso da legalidade. Segundo o jornal Brasil de Fato, não foi
somente o Sarau do Binho, na região do Campo Limpo, zona sul, a
vítima da fúria “legalista” do prefeito. Esse foi apenas o caso
de maior repercussão.
Também
o bar do Carlita, na Brasilândia, zona norte, foi fechado por falta
de alvará. Ele promovia o sarau Poesia na Brasa, que lançou livros
de autores da periferia e promovia atividades em escolas e na
Fundação Casa (ex-Febem). Outro estabelecimento fechado foi o bar
Novo Lua Nova, no Bexiga, região central. A alegação? Falta de revestimento
acústico. No local são realizados saraus e a Feira de Reforma
Agrária do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra).
Por
isso o blog pergunta ao valente prefeito Gilberto Kassab: o senhor
vai fechar os shoppings Higienópolis e Pátio Brasil?
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