Boas novas para Maluf,
Lalau, Renascer. E são os estudantes da Unifesp que formam uma
“quadrilha”?
por ALCEU LUÍS
CASTILHO (@alceucastilho)
A edição de hoje da
Folha de S. Paulo ajuda a entender o que acontece no Brasil. Por um
lado, impunidade. Por outro, criação de empecilhos à mobilização
social - e perpetuação da desigualdade. Vejamos três títulos do caderno de política
do jornal:
1) “Juiz Nicolau pode
receber de volta mais de US$ 6 mi”
2) Alagoas: Vereadores acusados de fraude em venda de terreno são soltos
3) Índios: Justiça suspende demarcação que amplia área indígena entre MT e PA
2) Alagoas: Vereadores acusados de fraude em venda de terreno são soltos
3) Índios: Justiça suspende demarcação que amplia área indígena entre MT e PA
A escolha do editor,
voluntária ou não, resume com precisão a impunidade em terras
brasileiras. “Juiz Nicolau” é aquele mesmo, o Lalau, das obras
superfaturadas do Tribunal Regional do Trabalho, em São Paulo. A
notícia sobre os índios nos relembra que a Justiça não está exatamente
do lado dos indígenas – ou de quaisquer brasileiros excluídos.
Mas avancemos. Os
jornais de hoje também anunciam que, para obter mais tempo de TV
para o PT em São Paulo, o Ministério das Cidades ofereceu um cargo
ao excelentíssimo ex-governador Paulo Salim Maluf. Esse senhor que,
caso pise fora do país, será imediatamente preso pela Interpol.
A manchete da Folha, por sua vez,
informa: “PF prende alunos da Unifesp após protestos em SP”.
Não se trata somente de prisão após protestos. O que já seria grave.
Os 23 estudantes – de uma universidade federal – foram indiciados
por “formação de quadrilha”.
Eu disse formação de
quadrilha? Os estudantes?
Vale observar que nem
os estudantes da USP, sistematicamente criminalizados pela polícia
paulista na gestão do atual reitor, João Grandino Rodas, foram
enquadrados por “formação de quadrilha”, após reintegrações de posse na Cidade Universitária.
Atentemos então para outra notícia da semana, relativa à Igreja Renascer em Cristo. O Supremo
Tribunal Federal decidiu que não existe na legislação brasileira a
figura da “organização criminosa”. Com isso, foi arquivada a
ação penal contra os fundadores da igreja - investigados por
lavagem de dinheiro. A decisão foi unânime entre os ministros do
STF.
Mas os estudantes
paulistas, neste mês junino, esses respondem por formação de quadrilha.
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