quarta-feira, 28 de março de 2012

PCC paga PMs que atuam na USP, diz relatório da Polícia Civil
 
O Jornal da Band revelou nesta terça-feira o conteúdo de relatórios secretos da Polícia Civil, elaborados pela Divisão de Inteligência de sua divisão especializada em homicídios. Eles apontam a relação de policiais do 16º Batalhão da PM, na zona oeste, com o crime organizado. Segundo o relatório 08/2011, policiais da “banda podre da PM” recebem toda semana “elevados valores” do PCC – o Primeiro Comando da Capital.
 
- Organizações criminosas que atuam dentro e fora dos presídios estariam cooptando PMs para que eles não interfiram nos pontos-de-venda de drogas e ajudem nos furtos de caixas eletrônicos – informa o repórter Sandro Barboza.
 
A fonte ouvida por Barboza é um ex-investigador do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Sem mostrar o rosto, ele destaca um caso ocorrido em maio, na Cidade Universitária, como ponto de partida para as investigações: o assassinato do estudante Felipe Ramos Paiva, no estacionamento da Faculdade de Economia da USP.
 
A Divisão de Inteligência do DHPP foi à Favela São Remo, que faz divisa com a Cidade Universitária. E lá prendeu os dois assassinos confessos. Mas descobriu a suposta conexão de PMs com o PCC e o tráfico de drogas.

Após a morte do estudante, a reitoria da USP fez um convênio com a SSP para que a PM fizesse rondas ostensivas na Cidade Universitária. Mesmo de posse do relatório do DHPP, a cúpula da Secretaria de Segurança Pública mandou os policiais do 16º Batalhão para fazer as patrulhas no campus.
 
Desde então, estudantes da USP têm protestado contra a ação da PM. Eles fizeram duas ocupações de prédios (um da Faculdade de Filosofia e o da reitoria), em outubro e novembro. Após a reintegração violenta do prédio da reitoria, que incluiu relato de tortura por uma aluna da Filosofia, os alunos entraram em greve, no início de novembro.
 
Vale ressaltar que o episódio extrapola os muros da USP – como mostra as denúncias sobre furtos de caixas eletrônicos. A reportagem desta quarta-feira será sobre a terceirização de assassinatos pelo crime organizado. “Agora quem aperta o gatilho são policiais”, diz a chamada da Band.
 
Segundo o Jornal da Band, os relatórios que acusam PMs têm sido sistematicamente “engavetados” pela Secretaria de Segurança – quando, por lei, cada um deles deveria motivar uma investigação.
 
O repórter Sandro Barboza tentou durante um mês entrevistar o secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto. Sem sucesso.
 
Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)
 
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Um comentário:

Da Marginal pra cá... disse...

Esse texto preciso circular as Faculdades da USP e todas de SP. Escancarar o mote da suposta "segurança" no campus, ideologia sustentada por muitos alunos...

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