Prédio ao lado de favela em SP implode pela metade e moradores vaiam
Um dos vizinhos afetados pela implosão ao lado da Favela do Moinho, em São Paulo, é João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra). Ele mora na Rua Dino Bueno, em um dos prédios em frente do edifício condenado. Seu apartamento foi um dos evacuados pela prefeitura.
Um prédio ao lado da favela foi condenado após ser atingido pelo incêndio, ocorrido antes do Natal – quando dois moradores morreram queimados. Mas a implosão na tarde deste domingo foi mal sucedida: parte do prédio ficou em pé. “Estava ao lado do viaduto, com umas mil pessoas assistindo”, contou Rodrigues. “Foi uma vaia total”.
Rodrigues estava no interior e correu para São Paulo quando ficou sabendo da implosão do prédio vizinho. “Toda uma movimentação para nada”, contou ele ao blog, no fim da tarde deste domingo. O líder do MST contou no Twitter, antes e depois da implosão, que era um dos atingidos. "Coisas do governo Kassab".
Ele voltou ao seu apartamento enquanto falava ao telefone. “Foi um erro de cálculo tremendo. Pode parte da dinamite ainda estourar lá dentro”, imagina o líder dos sem-terra. “É uma bagunça. Todos tiveram de deixar a janela aberta, aí a poeira toda entrou na casa do povo”.
Todos os moradores num raio de 500 metros tiveram de deixar temporariamente suas casas.
Segundo o portal UOL, foram utilizados cerca de 800 quilos de dinamite. Mas os responsáveis ainda não deram detalhes sobre os trabalhos, diz a reportagem da Folha. A prefeitura obteve na sexta-feira uma ordem judicial para tomar posse do imóvel – o que lhe permitiu a demolição.
AO RELENTO
Os moradores da favela que pegou fogo estão alojados provisoriamente no Clube Escola Raul Tabajara, um centro desportivo municipal, e sob o Viaduto Engenheiro Orlando Murgel, ao lado da favela. Como diz o padre Julio Lancelotti, "com coberturas de plástico e ao relento".
Em sua página no Facebook, Lancelotti definiu como "mentira" a reportagem do Fantástico, da Rede Globo, que diz que os moradores foram "removidos". Lancelotti, da Pastoral do Povo de Rua, esteve mais uma vez neste domingo no local e chamou de "vergonhoso" o atendimento aos moradores.
Confira abaixo texto sobre a agressão aos moradores da Favela do Moinho por homens da Guarda Civil Metropolitana, na última terça-feira, em São Paulo.
Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)
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