sexta-feira, 6 de janeiro de 2012


Cimi diz que criança de 8 anos foi queimada por madeireiros no MA

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) publicou há pouco que uma criança Awá-Guajá, de 8 anos, foi assassinada e queimada por madeireiros, em outubro, no município de Arame, no Maranhão.
Esses índios vivem isoladamente. A informação foi confirmada por lideranças do povo Guajajara, da Terra Indígena Araribóia.

O jornal maranhense Vias de Fato publicou ontem a notícia do assassinato, diante das informações dos Guajajara - e ainda teriam comemorado o feito.

Veja o relato completo do Vias de Fato:

- O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) confirmou ontem a informação que uma criança da etnia Awá-Gwajá, de aproximadamente 8 anos, foi assassinada e queimada por madeireiros na terra indígena Araribóia, no município de Arame, distante 476 km de São Luis. A denúncia feita pelo Vias de Fato foi postada logo após receber um telefonema de um índio Guajajara denunciando o caso.

De acordo com Gilderlan Rodrigues da Silva, um dos representantes do Cimi no Maranhão, um índio Guajajara filmou o corpo da criança carbonizado. ”Os Awá-Gwajás são muito isolados, e madeireiros invasores montaram acampamento na Aldeia Tatizal, onde estavam instalados os Awá. Estamos atrás desse vídeo, ainda não fizemos a denúncia porque precisamos das provas em mãos”, disse Gilderlan.

Violência contra indígenas é fato recorrente no Maranhão, no dia 26 de setembro de 2011, conforme denunciamos aqui nesse site, uma senhora indígena do Povo Canela, Ramkokamekrá Conceição Krion Canela, de 51 anos, foi encontrada morta a pauladas. A atrocidade aconteceu no Povoado Escondido, interior de Barra do Corda. No mês de outubro, uma índia de 22 anos, deficiente mental,  da terra indígena Krikati, foi violentada sexualmente por um homem identificado como Francildo. Segundo Belair de Sousa, coordenador técnico da terra indígena, o indivíduo chegou na aldeia Campo Grande armado.

A notícia divulgada pelo Vias de Fato já tinha ganhado as redes sociais, mas sem confirmação pelo Cimi. Mas o Conselho publicou há pouco em seu site a notícia. Leia um trecho:

- As suspeitas dão conta de que um ataque tenha ocorrido entre setembro e outubro contra o acampamento dos indígenas isolados. Clovis Tenetehara costumava ver os Awá-Guajá isolados durante caçadas na mata. No entanto, deixou de encontrá-los logo que localizou um acampamento com sinais de incêndio e os restos mortais de uma criança.

“Depois disso não foi mais visto o grupo isolado. Nesse período os madeireiros estavam lá. Eram muitos. Agora desapareceram. Não foram mais lá. Até para nós é perigoso andar, imagine para os isolados”, diz Luís Carlos Tenetehara, da aldeia Patizal. Os indígenas acreditam que o grupo isolado tenha se dispersado para outros pontos da Terra Indígena Araribóia temendo novos ataques.

A organização internacional Survival publicou, em fevereiro de 2011, um relato do genocídio dos Awá no Maranhão:
Nômades isolados da Amazônia enfrentam aniquilação

Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)

LEIA MAIS:
Como foi a matança de indígenas em 2011

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