sexta-feira, 16 de novembro de 2012

TCU homenageia dona de empresa na lista suja do trabalho escravo

Yolanda Queiroz foi homenageada na quarta-feira, pelo Tribunal de Contas da União. Recebeu o Grande-Colar do Mérito de 2012, a condecoração mais alta oferecida pelo TCU. Entre os agraciados estavam também o ministro Carlos Ayres Britto, do STF, e o escritor Ariano Suassuna. Jorge Amado recebeu homenagem in memoriam.

Sogra do ex-governador Tasso Jereissati (PSDB), Yolanda é a presidente do Grupo Edson Queiroz – a quem pertence o Diário do Nordeste e a TV Verdes Mares. Uma empresa do grupo cearense está na Lista Suja do Trabalho Escravo, do MInistério do Trabalho e Emprego, versão 2012. É a Esperança Agropecuária e Indústria Ltda. Dezesseis pessoas foram libertadas na fazenda Entre Rios, em Maracaçumé (MA), em março de 2012.

Relato da ONG Repórter Brasil, especializada no tema, mostra que a empresa esteve também na lista de 2010, após a libertação de dez trabalhadores em uma fazenda no município de Aroazes, no Piauí. E, em 1999, pela libertação de 86 trabalhadores na mesma fazenda Entre Rios, no Maranhão.

O site do grupo descreve a Esperança Agropecuária da seguinte forma:

- Os agronegócios do Grupo Edson Queiroz aliam a tecnologia de ponta ao mais absoluto respeito à natureza. São seis fazendas de alta produtividade: cajucultura orgânica, apicultura orgânica, reflorestamento, piscicultura, seleção de bovinos e ovinos, criação de caprinos, além de frigorífico. A atividade das empresas agropecuárias é totalmente informatizada, garantindo o controle rigoroso da reprodução de bovinos e ovinos. O Grupo Edson Queiroz investe na qualidade genética dos rebanhos e gera estirpes campeãs.

Vejamos agora a situação descrita em uma das fiscalizações do Ministério do Trabalho:

- Os trabalhadores estavam em um barraco feito com tábuas de madeiras podres, coberto de telhas de barro e zinco. As condições de higiene e limpeza eram péssimas e eles dividiam espaço com os galões de agrotóxicos, armazenados próximos aos alimentos. Bebiam água retirada de um poço e na frente de trabalho do roço de juquira, quando acabava a água levada do poço, se viam obrigados, por falta de opção, a tomar água retirada de grotas e nascentes que também eram utilizadas pelo gado da fazenda.


Alceu Luís Castilho (a partir de informações do advogado Antonio Rodrigo Machado, no Twitter)

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Um comentário:

Anônimo disse...

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