PCC paga PMs que atuam
na USP, diz relatório da Polícia Civil
O Jornal da Band
revelou nesta terça-feira o conteúdo de relatórios secretos da
Polícia Civil, elaborados pela Divisão de Inteligência de sua
divisão especializada em homicídios. Eles apontam a relação de
policiais do 16º Batalhão da PM, na zona oeste, com o crime
organizado. Segundo o relatório 08/2011, policiais da “banda podre da PM”
recebem toda semana “elevados valores” do PCC – o Primeiro
Comando da Capital.
- Organizações
criminosas que atuam dentro e fora dos presídios estariam cooptando
PMs para que eles não interfiram nos pontos-de-venda de drogas e
ajudem nos furtos de caixas eletrônicos – informa o repórter
Sandro Barboza.
A fonte ouvida por
Barboza é um ex-investigador do DHPP (Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa). Sem mostrar o rosto, ele destaca um caso
ocorrido em maio, na Cidade Universitária, como ponto de partida
para as investigações: o assassinato do estudante Felipe Ramos
Paiva, no estacionamento da Faculdade de Economia da USP.
A Divisão de
Inteligência do DHPP foi à Favela São Remo, que faz divisa com a
Cidade Universitária. E lá prendeu os dois assassinos confessos.
Mas descobriu a suposta conexão de PMs com o PCC e o tráfico de
drogas.
Após a morte do estudante, a reitoria da USP fez um convênio com a SSP para que a PM fizesse rondas ostensivas na Cidade Universitária. Mesmo de posse do relatório do DHPP, a cúpula da Secretaria de Segurança Pública mandou os policiais do 16º Batalhão para fazer as patrulhas no campus.
Após a morte do estudante, a reitoria da USP fez um convênio com a SSP para que a PM fizesse rondas ostensivas na Cidade Universitária. Mesmo de posse do relatório do DHPP, a cúpula da Secretaria de Segurança Pública mandou os policiais do 16º Batalhão para fazer as patrulhas no campus.
Desde então,
estudantes da USP têm protestado contra a ação da PM. Eles fizeram duas
ocupações de prédios (um da Faculdade de Filosofia e o da
reitoria), em outubro e novembro. Após a reintegração violenta do prédio da reitoria,
que incluiu relato de tortura por uma aluna da Filosofia, os alunos
entraram em greve, no início de novembro.
Vale ressaltar
que o episódio extrapola os muros da USP – como mostra as
denúncias sobre furtos de caixas eletrônicos. A reportagem desta
quarta-feira será sobre a terceirização de assassinatos pelo crime
organizado. “Agora quem aperta o gatilho são policiais”, diz a
chamada da Band.
Segundo o Jornal da
Band, os relatórios que acusam PMs têm sido sistematicamente
“engavetados” pela Secretaria de Segurança – quando, por lei,
cada um deles deveria motivar uma investigação.
O repórter Sandro
Barboza tentou durante um mês entrevistar o secretário de Segurança
Pública, Antônio Ferreira Pinto. Sem sucesso.
Alceu
Luís Castilho (@alceucastilho)
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Um comentário:
Esse texto preciso circular as Faculdades da USP e todas de SP. Escancarar o mote da suposta "segurança" no campus, ideologia sustentada por muitos alunos...
http://damarginalpraca.blogspot.com.br/
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