Ruralistas dominam ranking de congressistas “modernos” da Veja
por ALCEU LUÍS CASTILHO (@alceucastilho)
A revista Veja desta semana traz uma lista que chama de “ranking do progresso”.
A lista na edição impressa é composta por 32 senadores e 54 deputados
“que mais trabalharam em 2013 por um país moderno e competitivo”. A
lista traz uma infinidade de ruralistas, em muitos casos nem um pouco
associados a qualquer noção condescendente de modernidade.
A
lista de ruralistas começa já no primeiro lugar entre os senadores:
Armando Monteiro (PTB-PE). Ele leva a nota 10. A revista dá nota 10 para
o político. Seu irmão, Eduardo de Queiroz Monteiro, tem empresa que já
esteve várias vezes na Lista Suja do Trabalho Escravo, a Destilaria Gameleira, renomeada para Destilaria Araguaia.
Número
2 da Veja? Senador Casildo Maldaner (PMDB-SC). Dono de 2.050 hectares
em São Félix do Xingu (PA), a capital da pecuária, terra de desmatamento
e de grilagem.
O quarto da lista é um dos políticos que mais
têm propriedades rurais: Eunício Oliveira (PMDB-CE). Em décimo lugar,
mais um ultraruralista: Romero Jucá (PMDB-RR), com interesses diretos no
setor da mineração.
O ruralista pouco assumido José Sarney
(PMDB-AP) aparece em 22º lugar nessa lista, com nota 6. Pouco abaixo, em
24º lugar, lá está ela: Kátia Abreu (PMDB-TO), a presidente da
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com nota 5,9.
O
último lugar na lista da revista impressa (a edição digital traz um
ranking mais completo) também é ocupado por um ruralista, Valdir Raupp
(PMDB-TO).
A lista de ruralistas entre os deputados associados
pela revista à palavra “progresso” também é inesgotável. Ela começa com
Onofre Agostini (PSD-SC), membro da Frente Parlamentar da Agropecuária,
um ex-arenista que também ganha nota 10 da Veja.
Em oitavo
lugar, com nota 8,4, aparece Leonardo Picciani (PMDB-RJ). Filho do
poderoso Jorge Picciani, que já figurou na Lista Suja do trabalho
escravo.
Ronaldo Caiado (DEM-GO) leva nota 7,8, em 20º lugar. A
lista com dezenas de ruralistas também tem outros políticos importantes
na defesa do agronegócio e dos latifúndios (indiscutivelmente
dissociados de qualquer ideia de “progresso”), como Moreira Mendes
(PSD-RO) e Arthur Lira (PP-AL).
A própria revista Veja, na
semana passada, publicou uma “reportagem” contra os indígenas no Mato
Grosso do Sul, a favor dos fazendeiros, com direito a foto de um deles
portando arma, com ameaças aos indígenas.
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